Quantos dias serão necessários
Para que eu te veja assim.
Sem essa luz de imaginário
Nem que seja no jardim.
Faço tudo todo dia
Aguardando a tarde com sua leve brisa
que até a sua janela me leva
Onde tenho meus 30 segundos de euforia.
Tomarei o leite, sem atenção.
Recostarei na parede, controlando o pulmão.
Fecharei os olhos, e com tola alegria
ver-te-ei com as roupas que o varal vestia.
Ou almoço de domingo
Suas memórias te levam a todo lugar
Levam-te a seguir qualquer desejo
Remetente ou destinatário
Do que ela própria te fez sonhar
Sua memória é longa
Não esquece sol, chuva ou caminho de casa
E em qualquer domingo você acreditará na nossa perseguição
E estaremos no caminho
Adeus, estou indo pra casa
Minha vida tinha sido estúpida até agora.
Foi quando olhei para o sol
e vi mais cores do que podia imaginar.
Olhei ao meu lado
e vi mais que um simples vazio.
Olhei-me no espelho
-um hematoma envelhecido.
Em minha pele só havia o frio.
Em minha cabeça, um torto sorriso.
Em meus sonhos, o cheiro doce de um vampiro.
O contabilista.
Estava sentado atrás de uma pequena mesa cheio de objetos sem utilidade e papéis, igualmente inúteis. Seu corpo grande e gordo tinha quase a mesma largura da mesa e enchia todo o campo de visão do homem que havia acabado de entrar na sala. O escritor.
O senhor poderia parar de fumar?... É que sou alérgico. fala o escritor.
Ah sim, sim. Tinha me esquecido. Tudo bem com você, certo? dá uma última tragada e apaga o cigarro.
Obrigado, tudo bem. respondeu seco.
O escritor era basicamente o oposto do contabilista: seu corp
Lá vem a moça vestida de puro verde
Cada jóia tão linda quanto a luz do dia
Olhos de água que a pele arrepia
Dá pequeno passo como se corresse
Olha no espelho e não se reconhece
Mas logo ali há um rei
Um rei que não se esquece
Que se por fora é esplendor
Há o interior que apodrece
E alguém é sofredor da miséria e da peste
Se me visse agora
Não saberia quem sou
Não sei quem fui
Talvez já tenha vivido
Uma época que não me recordo
Talvez tenha sofrido
Uma dor que nem vivi.
Minhas sombras correm para além de mim
Eu fujo de minhas sombras
E me vejo diante delas
No espelho nada vejo
Além delas
E velas
E velhas
É assim que me enxerga?...
Quantos dias serão necessários
Para que eu te veja assim.
Sem essa luz de imaginário
Nem que seja no jardim.
Faço tudo todo dia
Aguardando a tarde com sua leve brisa
que até a sua janela me leva
Onde tenho meus 30 segundos de euforia.
Tomarei o leite, sem atenção.
Recostarei na parede, controlando o pulmão.
Fecharei os olhos, e com tola alegria
ver-te-ei com as roupas que o varal vestia.
Ou almoço de domingo
Suas memórias te levam a todo lugar
Levam-te a seguir qualquer desejo
Remetente ou destinatário
Do que ela própria te fez sonhar
Sua memória é longa
Não esquece sol, chuva ou caminho de casa
E em qualquer domingo você acreditará na nossa perseguição
E estaremos no caminho
Adeus, estou indo pra casa
Minha vida tinha sido estúpida até agora.
Foi quando olhei para o sol
e vi mais cores do que podia imaginar.
Olhei ao meu lado
e vi mais que um simples vazio.
Olhei-me no espelho
-um hematoma envelhecido.
Em minha pele só havia o frio.
Em minha cabeça, um torto sorriso.
Em meus sonhos, o cheiro doce de um vampiro.
O contabilista.
Estava sentado atrás de uma pequena mesa cheio de objetos sem utilidade e papéis, igualmente inúteis. Seu corpo grande e gordo tinha quase a mesma largura da mesa e enchia todo o campo de visão do homem que havia acabado de entrar na sala. O escritor.
O senhor poderia parar de fumar?... É que sou alérgico. fala o escritor.
Ah sim, sim. Tinha me esquecido. Tudo bem com você, certo? dá uma última tragada e apaga o cigarro.
Obrigado, tudo bem. respondeu seco.
O escritor era basicamente o oposto do contabilista: seu corp
Lá vem a moça vestida de puro verde
Cada jóia tão linda quanto a luz do dia
Olhos de água que a pele arrepia
Dá pequeno passo como se corresse
Olha no espelho e não se reconhece
Mas logo ali há um rei
Um rei que não se esquece
Que se por fora é esplendor
Há o interior que apodrece
E alguém é sofredor da miséria e da peste